Letícia Lucena
Especial Festival Bem Ali: Molho Negro

Chegou a tão esperada semana do Festival Bem Ali, e ainda faltam algumas atrações para apresentarmos em nosso especial dedicado aos artistas que virão com tudo para palco do evento, e a banda da vez já conhece bem o calor (da cidade em si e do público) que os espera no cerrado tocantinense.
Pela terceira vez em Palmas, e encabeçando o line-up do festival juntamente com os brasilienses da Joe Silhueta estão os paraenses da Molho Negro. A banda de Belém, e atualmente residente em São Paulo está na ativa desde 2012, e tem como principal característica o sarcasmo e bom humor em suas letras, acompanhadas de diversas críticas sociais acerca do cenário em que o país se encontra, e essa mistura os consolidou como um dos grandes nomes do rock nacional atualmente.
Lá vem ele descendo a Rui Barbosa Com a sua camisa da nova banda da moda Com seu discurso decorado ninguém se mete Ele é o f*dão da internet — Rui Barbosa, Molho Negro
Um dos grandes shows realizados este ano pelo trio, composto por João Lemos (guitarra e vocais), Raony Pinheiro (baixo) e Augusto Oliveira (bateria), foi a abertura do Palco Adidas na edição deste ano do Lollapalooza Brasil, que também teve a participação de outros artistas em ascensão na cena musical brasileira, como os goianos BRVNKS e Carne Doce, e a pernambucana Duda Beat.
O terceiro, e mais recente álbum da Molho Negro é o Normal, lançado em novembro de 2018, traz ao público tudo que os fãs da banda poderiam pedir: guitarras em peso, letras cheias de ironia e muita atitude, e recentemente, em abril deste ano, eles lançaram o single Contracheque. Em entrevista para a SIDETRACK, João Lemos conta um pouco mais sobre a carreira da banda. Confira:
SDTK: Começando pelo começo: como foram os primeiros passos da Molho Negro? Há algo na trajetória de vocês que poderia ter sido diferente?
João: Essa pergunta é uma armadilha pra frustração, então eu acho que acabo bloqueando isso da cabeça (risos). Mas acredito que não, acho que desde o início a gente sempre se preocupou em tentar fazer o melhor possível dentro do nosso alcance, então não teria muito como fazer diferente.

SDTK: E as influências da banda? O que inspirou vocês a fazerem música?
João: Falando por mim, sempre foi a necessidade de me comunicar com as pessoas. Claro que existem as referencias musicais que a gente ouve ao longo da vida e tudo mais, mas pra mim essa necessidade de me comunicar sempre foi o fio fundamental.
SDTK: No último album de vocês, o Normal, vocês abordam assuntos que precisam ser debatidos, como violência e desigualdade. O que levou vocês a querem abordar assuntos tão delicados em suas canções?
João: Não sei, acho os temas surgem de acordo com a nossa proximidade a eles, não é muito bem calculado. A gente fala e escreve sobre o que vê, e infelizmente o cenário não anda muito belo.

SDTK: E no começo desse ano vocês lançaram o single “Contracheque”, certo? Como foi a recepção do público em relação à nova música? Vocês já tem algum novo lançamento em mente, ou pretendem investir mais na divulgação do material já lançado?
João: Acho que foi uma boa recepção até, deu pra notar pela maneira como a música cresceu ao vivo, e etc. Por enquanto, durante os próximos meses o foco é tocar, mas a cabeça nunca para, né? Tá sempre escrevendo, pensando, tentando.. é provável que apareça algo novo em breve também.
SDTK: Para encerrar, o motivo pelo qual vocês vêm dar as caras em Palmas: quais são as expectativas para o Festival Bem Ali, e o que podemos esperar da apresentação da Molho Negro?
João: Olha, fico muito feliz de ter a oportunidade de ser uma banda independente de outro estado que vai tocar pela terceira vez em Palmas, conheço varias outras bandas que sequer conseguiram tocar uma vez. Fico feliz com o privilégio e com o convite, e acho que o show vai ser ótimo! Do jeito que o Brasil está, a gente precisa de algumas pequenas doses coletivas de alívio, mesmo que elas durem trinta minutos.
Escute na íntegra ao álbum "Normal":
Para informações sobre ingressos, acesse o site do evento aqui.